O juízo final é o evento no qual Deus julgará os seres humanos e espirituais. O julgamento final refere-se à transição entre a conclusão da era atual e o início do estado eterno, e é amplamente referido na Bíblia, com detalhes particulares no Livro do Apocalipse, especialmente na passagem em que descreve o “Grande Trono Branco”.
Neste estudo bíblico, aprenderemos mais sobre o que é o julgamento final de acordo com a Bíblia, e consideraremos alguns pontos-chave sobre esse evento que todos os verdadeiros cristãos devem saber.
O Juízo Final e as Diferentes Correntes Escatológicas
Sabemos que a ciência da vida após a morte não é um assunto fácil, e há muita discussão entre os cristãos nesta área. A partir de diferentes opiniões sobre o tema, surgiram diferentes correntes escatológicas.
Quanto ao julgamento final, cada um deles o interpreta de forma diferente de acordo com sua compreensão dos eventos finais descritos na Bíblia.
Em geral, todos concordam que todas as pessoas serão julgadas, embora discordem sobre quando esse julgamento ocorrerá e quantos julgamentos ocorrerão, como veremos a seguir:
- A doutrina milenar e pós-milenar sustenta que haverá um julgamento geral para todas as pessoas, isto é, o julgamento final, e ocorrerá imediatamente após a segunda vinda de Cristo.
- Credo Histórico do Milênio: Em geral, seus proponentes entendem que haverá dois julgamentos, o primeiro na segunda vinda de Cristo, e o segundo, neste caso o julgamento final, após a última revolta de Satanás que ocorrerá no final do reinado milenar e literal de Cristo na terra, o rei milenar.
- Medida: essa posição é a mais complicada, pois mesmo entre seus apoiadores há muitas opiniões contrárias. Alguns dispensacionistas sabem que existem até sete disposições, mas a maioria entende que haverá três disposições diferentes, a saber:
- Julgamento por ocasião do arrebatamento da Igreja: Acontecerá na primeira fase da Segunda Vinda de Cristo, ou seja, o arrebatamento secreto da Igreja, e o julgamento das obras dos Salvadores, também chamado de “Juízo de Cristo Mar”, será onde os santos serão recompensados.
- O julgamento de judeus e gentios no final da Grande Tribulação: Isso ocorrerá na segunda fase da Segunda Vinda de Cristo, sete anos após a primeira fase, ou seja, no final da Tribulação, e servirá de base para definir questões sobre o reino milenar. Essa disposição também é chamada de “julgamento das nações”.
- Juízo geral para os ímpios depois do milênio: Este será o julgamento final, o julgamento do grande trono branco. Isso acontecerá depois da última revolução de Satanás, no final do milênio. Muitos adeptos da dispensação entendem que nesse julgamento, além dos anjos caídos, somente os ímpios serão julgados, ou seja, será um juízo exclusivo de julgamento. Para outros, os santos que morrerão durante o milênio também serão julgados.
- Apesar das diferenças, todas as correntes escatológicas concordam que após o julgamento final começará o estado eterno, com os ímpios condenados para sempre ao lago de fogo, e os santos que reinam com Deus no novo céu e na nova terra.
Quantas sentenças transitadas em julgado serão proferidas?
Bem, como vimos anteriormente, há muito debate sobre o número de julgamentos e, dependendo da resposta dada a essa pergunta, uma certa posição escatológica será automaticamente defendida.
No entanto, creio que isso não deve ser motivo de divisão entre os cristãos, mas sim que devemos nos unir fielmente na esperança de que um grande dia virá. Devemos agir com respeito por aqueles que pensam diferente de nós, lembrando que também são verdadeiros cristãos que amam a Palavra de Deus.
Para mim, considero hereges apenas aqueles que negam a verdade do juízo final, a maldição eterna dos ímpios e a eternidade dos santos com Deus. Em particular, entendo que a Bíblia sempre se refere ao julgamento final como um evento diretamente relacionado à vinda de Cristo e à ressurreição dos mortos em geral (Dn 12:2; Dn 12:2). Mateus 7:22; 11:22; 12:41,42; 25:31-46; João 5:28, 29; Atos 17:31; 24:14,15; Rm 2:5; 2 Tessalonicenses 1:7-10; 2 Timóteo 1:12; 4:1,8; 2 Pd 3:7; Judas 14, Apocalipse 20:11-14).
Qualquer tentativa de impor dois, três ou mais julgamentos não tem base bíblica. Normalmente, tais argumentos são construídos usando versos isolados ou ideias preconcebidas.
Muitos milenaristas insistem que passagens como Mateus 25:31-46 e 2 Coríntios 5:10 referem-se a um julgamento diferente do do grande trono branco em Apocalipse capítulo 20.
Quanto à referência no Evangelho de Mateus, afirmam que é o julgamento das nações para o início do milênio, quanto à referência na carta aos Coríntios, afirmam que o juízo de Cristo é um julgamento apenas para os crentes, pois seus atos serão julgados.
Primeiro, devemos reconhecer que o foco no assunto do julgamento em Mateus capítulo 25 é infame. No entanto, nesta passagem nada é dito sobre o reino milenar, e o fato de que as nações estão reunidas diante do trono de Cristo, só mostra a completude e o alcance desse julgamento, porque todos estarão diante do Senhor, ou seja, ninguém fugirá.
Também é claro que o julgamento é individual, ou seja, as ovelhas são separadas da cabra. Leia mais sobre isso na parábola do capítulo das ovelhas e dos avós.
Já em 2 Coríntios 5:10, o apóstolo Paulo não distingue entre “dias de juízo”. Entender isso significa ignorar o contexto em que o capítulo está inserido, bem como ignorar o propósito do próprio texto, já que Paulo trata da morada dos santos com o Senhor.
Em relação à referência ao julgamento no capítulo 10, Paulo não está falando sobre quando será o julgamento, mas sobre quem e o que eles serão julgados. Na verdade, o próprio apóstolo previu claramente um único dia de julgamento (Atos 17:29–31; Atos 17:29–31). Rm 2:5-16; 2 Tessalonicenses 1:7-10; (2 Timóteo 1:12).
Há tópicos difíceis na Bíblia, e este é um deles. Mas, embora algumas coisas não estejam muito claras na Bíblia, o que não as contém são erros e contradições. A Bíblia sempre se refere a esse tempo como o “dia do juízo” e não os “dias do julgamento”.
Portanto, não podemos isolar o texto bíblico e forçá-lo a ignorar todas as outras passagens sobre o assunto, a fim de construir uma posição teológica, pois isso levaria a uma clara contradição. Como a Palavra de Deus é infalível e infalível, é certo que o erro está em nossa interpretação.
Quando ocorrerá o veredicto final?
Uma vez entendido que haverá apenas um veredicto final, naturalmente surge a questão de quando esse julgamento ocorrerá. Deve-se notar que, em certo sentido, as pessoas são julgadas já no presente, ou seja, de acordo com sua resposta a Cristo enquanto ele ainda estava vivo.
Foi o que Jesus ensinou a Nicodemos no Evangelho de João, quando disse que “quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado”. Originalmente, o termo traduzido “condenado” também significa “regra”. Portanto, quem não crê no nome do Filho unigênito de Deus já será julgado.
Isso implica a ideia de que o julgamento de Deus realmente recai sobre os incrédulos no presente, mas isso não nega o fato de que a Bíblia se refere a um julgamento futuro e final que ocorrerá quando a história estiver completa.
A respeito desse julgamento futuro, a Bíblia ensina que ele ocorrerá no final da era presente, “no último dia” (João 12:48), imediatamente antes que o estado eterno seja estabelecido.
Na parábola do trigo e do joio, Jesus deixou claro que o julgamento ocorreria “quando este mundo estiver completo” (Mateus 13:40). Segundo o próprio Jesus, esse momento ocorrerá no momento de Sua segunda vinda, quando Ele “se sentar no trono de Sua glória. e todas as nações se reunirão diante dele, e ele as separará umas das outras…” (Mateus 25:31, 32).
O apóstolo Paulo também se referiu a esse momento escrevendo à igreja em Tessalônica (2 Tessalonicenses 1:7-10). Segundo Paulo, este será o dia em que o Senhor Jesus aparecerá do céu com os anjos de Seu poder, “com uma chama, e se vingará daqueles que não conhecem a Deus”.
O apóstolo Pedro também falou desse momento. Para Ele, “os céus e a terra, que agora são pela mesma palavra, são preservados para o tesouro, e guardados para o fogo, até o dia do juízo e da destruição dos ímpios” (2 Pedro 3:7).
No versículo 10 do mesmo capítulo 3, Pedro explica que esse evento ocorrerá no dia da vinda do Senhor, um dia que surpreenderá o mundo maligno, porque “ele virá como ladrão”. Nesse dia, a era atual se encerrará e a eternidade começará com “um novo céu e uma nova terra na qual habita a justiça”.
Embora a Palavra de Deus geralmente nos mostre a ordem dos eventos, ela não revela a hora exata em que isso acontecerá. Jesus disse que “naquele dia e naquela hora ninguém sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas apenas o Pai” (Mateus 24:36). Entenda se Jesus não sabe a data de Sua volta.
Embora não possamos marcar uma consulta, estamos aliviados porque o tempo de julgamento já foi marcado. No Evangelho de João lemos: “Não vos maravilheis com isto. Pois chegará a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida. e os que fizeram o mal para a ressurreição do juízo” (João 5:28, 29).
Quanto tempo durará o veredicto final?
É impossível responder a essa pergunta de acordo com os parâmetros de medição de tempo que conhecemos. A Bíblia se refere ao tempo do julgamento como o “dia do juízo” (Mateus 11:22), “aquele dia” (Mateus 7:22; 2 Tessalonicenses 1:10; 2 Timóteo 1:12) e o “dia da ira” (Romanos 2:5).
Embora a Bíblia deixe claro que este é um dia de julgamento, não sabemos como o tempo funcionará naquele momento. Em outras palavras, o Dia do Juízo não deve ser entendido como necessariamente um dia de 24 horas, e a Bíblia também usa a palavra “dia” para se referir a períodos mais longos.