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segunda-feira, novembro 25, 2024

Reforma no Bolsa Família: Novas Mudanças Anunciadas pelo Governo – Veja o que Muda no Benefício

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Bruno Ferreira
Bruno Ferreirahttp://redebrasilnews.com.br/
Além de sua atuação nas redações, Bruno Ferreira também explorou a era digital, envolvendo-se em projetos de mídia online, podcasts e outras formas inovadoras de contar histórias. Sempre em busca de novas formas de se conectar com o público, um defensor incansável da liberdade de imprensa e da importância do jornalismo independente na sociedade contemporânea.

O governo federal é a primeira grande reforma do Registro Consolidado em 14 anos. Esse banco de dados serve como porta de entrada para quase 2.000 benefícios sociais em todo o Brasil, incluindo o programa Bolsa Família e a tarifa social de energia elétrica.

O Cadastro Unificado fornece um quadro detalhado da realidade das famílias mais vulneráveis do país. Com base nas informações contidas no cadastro, o governo federal gasta pelo menos R$ 280 bilhões anualmente na forma de políticas sociais voltadas para o apoio a esses grupos.

A importância do cadastro único na reforma tributária

Além de seu papel fundamental nos programas de assistência existentes, os dados do Cadastro Unificado servirão de referência para a concessão de cashback, um mecanismo inovador de restituição de impostos para famílias de baixa renda, criado por meio da tão esperada reforma tributária. A reforma deve entrar em vigor a partir de 2026 e prevê o reembolso parcial ou total de impostos sobre itens básicos, como alimentos, botijões de gás e serviços de água e saneamento.

Novo sistema

O novo sistema de registro unificado deve entrar em vigor na segunda quinzena de março de 2025. Essa mudança tem o potencial de melhorar significativamente a qualidade das informações coletadas e garantir que os benefícios já cheguem a quem mais precisa, preenchendo as lacunas que atualmente facilitam o acesso indevido de pessoas que não se enquadram nas regras estabelecidas.



Implementação simultânea em nível nacional

Uma das características dessa transição é que ela será implementada simultaneamente em todos os municípios, diferentemente de 2010, quando a implantação do novo sistema foi gradual e levou quatro anos para ser concluída. Esta metodologia visa garantir uma transformação única, promovendo uma transformação abrangente e coordenada em todo o território nacional.

Revisão de Despesas e Micro Pente de Dente em BPC

A reforma do cadastro consolidado ocorre em um momento em que o governo está lançando um programa de revisão de gastos, como parte de uma estratégia para reduzir gastos e déficits nas contas públicas. Este plano inclui um micropente de Benefícios de Dinheiro Contínuo (BPC), pagos a idosos de baixa renda e pessoas com deficiência.

A reforma não afetará o Bolsa Família, mas todos os benefícios sociais.

Integração e interoperabilidade de banco de dados

De acordo com Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Unificado do Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o novo sistema permitirá as diferentes bases de dados do governo federal e automatizará os processos que hoje são realizados manualmente.

“É mais do que apenas integração com outras regras governamentais: agora, será interoperável, uma linguagem técnica que significa a possibilidade de comunicação direta e online”, explica Bartholo.

Restabelecimento da integridade do registo consolidado

O novo cadastro unificado é um dos pilares de uma série de transformações promovidas pelo governo após a distorção do cadastro durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, com a criação do Auxílio Brasil.

Efeito do Auxilio Brasil no Cadastro Consolidado

O desenho do direito, que pagava o valor mínimo independentemente do número de pessoas no domicílio, estimulou a divisão artificial dos domicílios e transformou o cadastro em um cadastro individual, sem mapear com precisão as vulnerabilidades das famílias ou diagnosticar corretamente seu status socioeconômico.

No final de 2022, o número de domicílios unipessoais explodiu, chegando a 5,4 milhões, três vezes os 1,8 milhão observados em 2020. Após os esforços de organização, as famílias unipessoais caíram para 3,4 milhões em 2024, mas o número continua alto.

Essa reforma representa um grande esforço para melhorar a gestão das políticas sociais no Brasil, com vistas a garantir que os benefícios cheguem efetivamente aos mais necessitados. Ao mesmo tempo, é necessário aumentar a eficiência da despesa pública, em linha com os esforços do Governo para reduzir o défice da balança pública.

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