Como um episódio da série Black Mirror, uma startup de Los Angeles, nos Estados Unidos, criou o StoryFile, uma ferramenta que permite que as pessoas se conectem com os entes queridos depois que eles morrem. Baseada em inteligência artificial, a tecnologia é descrita como uma “experiência de bate-papo por vídeo tridimensional”.
“Clonagem digital”
De acordo com seus desenvolvedores, o StoryFile cria um “clone digital” de uma pessoa que usa 20 câmeras simultâneas para gravá-lo respondendo a uma série de perguntas. Em seguida, especialistas processam as imagens, que serão usadas para treinar uma inteligência artificial capaz de fornecer respostas em linguagem natural. O produto final é carregado na plataforma StoryFile, que pode ser usada após a morte do indivíduo para interagir com ele em seu funeral.
Lançado em 2017, o StoryFile foi originalmente planejado para preservar as histórias de sobreviventes do Holocausto e outras figuras históricas antes de ser usado em funerais. Qualquer pessoa que queira criar um arquivo deve primeiro escolher tópicos que eles acham que seus amigos e familiares vão querer trazer, como relacionamentos ou segredos da infância. De um banco com 250 mil perguntas possíveis, uma pessoa responde a 75 delas em vídeos de dois minutos que serão usados em suas versões digitais.
Uma das primeiras usuárias da tecnologia foi Marina Smith, mãe do CEO da StoryFile, Stephen Smith. Ela morreu em junho, aos 87 anos. William Shatner, ator de Star Trek e apresentador de Unexplained, também produziu seu clone digital.