O motorista brasileiro pode começar a preparar seu bolso para a devolução de todo o conjunto de impostos federais sobre combustíveis. A volta dos impostos deve encarecer a gasolina e o etanol a partir de 1º de julho.
A isenção do PIS/Cofins foi implementada pela equipe econômica (PL) do ex-presidente Jair Bolsonaro, que zerou a alíquota em um esforço para conquistar a simpatia dos eleitores no ano passado. Ao assumir o cargo, em janeiro, o presidente Lula decidiu manter a isenção por mais dois meses.
Em março, o governo retomou a arrecadação de impostos federais, mas parcialmente. A partir do próximo mês, os preços serão retomados integralmente.
Impacto no preço
O aumento com a recarga de março foi de R$ 0,35 por litro de gasolina e R$ 0,02 por litro de etanol. Com a devolução do imposto integral, espera-se um aumento de R$ 0,22 para ambos os combustíveis, totalizando R$ 0,57 e R$ 0,24 em impostos, respectivamente.
O preço médio da gasolina foi de R$ 5,35 por litro por semana entre os dias 18 e 24 de junho, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Aplicando o aumento de R$ 0,22, o valor médio nas bombas passará para R$ 5,57.O etanol, que custou R$ 3,74 o litro no mesmo período, chegará a um preço médio de R$ 3,96 após a recarga.
Ainda pode haver esperança
O governo federal pode intervir na situação para evitar um impacto tão significativo no bolso dos brasileiros. Para isso, a Petrobras terá que fazer novas reduções no preço do produto vendido em suas refinarias para distribuidoras, assim como aconteceu em 16 de junho.
Em audiência em maio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os valores ainda não foram reduzidos pelo Estado como poderiam ser.
“Com o aumento [do imposto] previsto para 1º de julho, ele será absorvido pelo preço mais baixo que resta para aquele dia. Não baixamos tudo o que podíamos. Só esperando o dia 1º de julho, quando termina o imposto de exportação e termina o ciclo de reassentamento.”
Assim, a esperança é que o governo fique com um cartão na manga para compensar a devolução de impostos com uma nova redução de preços imposta pela Petrobras.