Carne artificial de frango é criada em laboratório no Brasil para evitar o sofrimento de animais

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Esquiadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão cultivando carne de frango em laboratório como parte de um projeto para produzir esse tipo de alimento sem causar sofrimento aos animais. As informações são retiradas do g1 e da UFMG.

Este método usa células-tronco do tecido muscular da ave como base, a partir do qual um pedaço de carne de 1,5 cm cresce em duas semanas.

Declaração

O estudo está sendo realizado entre o Instituto de Ciências Biológicas (IBC/UFMG) e o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) e é financiado pela ONG The Good Food Institute, que promove a inovação em proteínas alternativas.

A professora Erika Cristina Jorge, pesquisadora do ICB, explica que os músculos “amam” o estímulo dos nutrientes fornecidos e podem crescer e produzir propriedades iguais às da carne. Ainda segundo ela, todo o processo de “produção” de carne ocorre sem alteração genética das células.A participação dos pesquisadores do Cefet também foi necessária para o estudo, pois desenvolveram um biomaterial derivado da celulose que possibilita a proliferação de células musculares.

A ideia dos pesquisadores é que no futuro seja possível produzir carne sem o sofrimento dos animais, já que não será necessário matar a ave para remover as células que servem de base para a produção.

Não regulamentado no Brasil
Até o momento, todo o processo ocorre em escala laboratorial. Para a produção em larga escala, serão necessários biorreatores industriais, sem contar as normas legais para esse tipo de produto que será vendido no mercado – o que ainda não existe no Brasil.

“A carne cultivada também representa um mercado com grandes expectativas e interesse, incluindo a possibilidade de redução dos impactos ambientais associados ao método tradicional de produção de carne”, explica a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No entanto, ressaltou que os produtos devem passar por uma avaliação de segurança realizada pela Anvisa, por meio de um protocolo específico de solicitação. No entanto, até o momento, ninguém pediu ao órgão federal qualquer avaliação dos alimentos produzidos por esse tipo de tecnologia.

Perspectivas futuras
Segundo a Anvisa, uma pesquisa realizada em 2022 mostrou que Cingapura era o único país do mundo com regulamentação sobre o assunto. A venda de carne artificial foi autorizada em dezembro de 2020.

Além da UFMG, a ONG The Good Food Institute também financia pesquisas sobre carnes cultivadas na Universidade de São Paulo (USP) e na Embrapa Suínos e Aves.

Outra perspectiva de pesquisa é a possível replicação do modelo, com células humanas, para uso em enxertos e testes de drogas.

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