A hipertensão, doença crônica que acomete três em cada dez adultos, é uma das condições que causa dúvidas nos pacientes: quando o valor medido é considerado normal e quando é motivo de preocupação?
Como interpretar a pressão arterial
As diretrizes do Ministério da Saúde indicam o valor máximo. De acordo com a agência, a pressão é considerada alta quando valores máximos e mínimos iguais ou superiores a 140/90 mmHg (ou 14 × 9). Veja abaixo os valores de referência indicados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC):
Pressão arterial sistólica (mmHg) | Pressão arterial diastólica (mmHg)
- Ótima: <120 | <80
- Normal: 120-129 e/ou | 80-84
- Pré-hipertensão: 130-139 e/ou | 85-89
- Hipertensão estágio 1: 140-159 e/ou | 90-99
- Hipertensão estágio 2: 160-179 e/ou | 100-109
- Hipertensão estágio 3: maior ou igual a 180 e/ou | Maior ou igual a 110
Riscos, causas e sintomas da hipertensão
A pressão alta afeta a função cardíaca. O valor acima do nível recomendado faz com que o coração tenha que fazer um esforço maior para distribuir adequadamente o sangue no corpo.
Quando não tratada adequadamente, a condição pode causar outros problemas sérios. De acordo com o Ministério da Saúde, a pressão alta é um dos principais fatores de risco para ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, aneurisma arterial, insuficiência renal e cardíaca.
90% dos casos têm a hereditariedade como principal agente causador, segundo o ministério. No entanto, os hábitos de vida, como qualidade da alimentação, falta de exercício físico, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e/ou sal, tabagismo, obesidade, entre outros, também podem ter impacto no eventual desenvolvimento da hipertensão.
Em alguns casos, a doença pode ser silenciosa. Diariamente, sintomas como dor no peito, dor de cabeça, tontura, zumbido nos ouvidos, fraqueza, visão turva e hemorragias nasais podem ser indicações de pressão acima do nível recomendado.
27,9% dos adultos brasileiros têm a doença. De acordo com dados coletados em 2023 pelo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por inquérito telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, a prevalência de hipertensão é maior entre as mulheres (29,3%) do que entre os homens (26,4%). Ainda de acordo com as estatísticas, a incidência de hipertensão aumenta com a idade e diminui de acordo com o nível de escolaridade.
Diagnóstico e tratamento
Medir a pressão arterial é a forma mais comum de diagnosticar a doença. De acordo com as diretrizes da SBC emitidas em maio deste ano, o profissional de saúde responsável pela avaliação clínica do paciente deve considerar tanto a monitorização móvel (MAPA) 24 horas quanto a monitorização domiciliar da pressão arterial (MRPA). Recomenda-se também continuar medindo a pressão arterial dos pacientes, com mais medições (de duas a três seguidas, com intervalos de um minuto entre elas) e em horários diferentes, como manhã e noite, pois a pressão arterial pode variar durante o dia.
Você vai medir sua pressão arterial em casa? Siga as recomendações: para garantir a medição correta, é necessário ter um dispositivo confiável. Além disso, outras medidas devem ser tomadas: mantenha-se sentado e mantenha o dispositivo colocado no braço na altura do coração. O manguito (manômetro) deve estar cerca de 2 a 3 centímetros acima da dobra do braço; manter as pernas descruzadas e os pés apoiados no chão; não falar e descansar por 5 a 10 minutos em ambiente calmo antes da medição; não se exercitar ou exercer esforço físico nos 90 minutos anteriores à medição; não ingerir bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumar nos 30 minutos anteriores; esvaziar a bexiga antes da medição.
A hipertensão não tem cura, mas pode ser curada. O melhor método para cada paciente é indicado exclusivamente pelo médico, que analisará a necessidade de intervenção com medicamentos e avaliará a mudança de hábitos. De acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente medicamentos para o tratamento da hipertensão nas unidades básicas de saúde (UBS) e por meio do programa farmácia popular.
Se você tiver algum sintoma suspeito, procure atendimento médico. Mantenha o acompanhamento com os profissionais de saúde em dia, com consultas regulares e check-ups de rotina. Se o médico prescrever algum medicamento, siga as instruções e não interrompa o tratamento sem orientação. A automedicação não é recomendada.