A moeda comum da América do Sul entre Brasil e Argentina está cada vez mais perto de acontecer. Após viajar à Argentina no domingo (22), o presidente Lula assinou um artigo com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, confirmando a intenção de criar a moeda, que será usada tanto para negócios quanto para operações financeiras.“Nosso objetivo é quebrar barreiras em nossas bolsas, simplificar e atualizar regras e incentivar o uso de moedas locais. Também decidimos avançar com discussões sobre uma moeda comum na América do Sul que pudesse ser usada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais, reduzindo os custos operacionais e nossa vulnerabilidade externa”, disseram os presidentes no documento divulgado no jornal argentino Perfil.

Assim, o artigo publicado ressoou em jornais de todo o mundo. De acordo com um relatório do Financial Times, a medida poderia criar a segunda maior moeda do bloco econômico global. O Clarín observou que o movimento foi proposto por Lula em seu primeiro mandato como presidente do Brasil, em 2002, com a ideia sendo retomada anos depois.

Quais são as intenções para criar a nova moeda?

A nova moeda, que deve ser chamada de “sur” (sul), poderia aumentar o comércio regional e reduzir a dependência do dólar americano. Assim, inicialmente funcionará em paralelo com o peso argentino e o real brasileiro, especialmente em questões financeiras e comerciais. Após a sua estabilidade, outros países serão convidados a participar do projeto.

De acordo com o ministro da Economia argentino, Sergio Massa, “haverá uma decisão de começar a estudar os critérios necessários para uma moeda comum, que incluem tudo, desde questões fiscais até o tamanho da economia e o papel dos bancos centrais”.

Assim, especialistas dizem que a América Latina tem economias fortes, com a possibilidade de encontrar maneiras de substituir a dependência do dólar. Além disso, é possível que o projeto acabe sendo apenas uma moeda digital usada em negociações, e não de forma atual como muitos acreditam.

No entanto, fontes dizem que as possibilidades de criar uma nova moeda serão apenas uma tentativa de aumentar a popularidade do governo argentino em um ano eleitoral. Buscar sinais para os moradores de maneiras de resolver a depreciação do peso pode ser uma boa saída para obter mais votos neste ano de corrida eleitoral.